quinta-feira, 30 de maio de 2013

Oficina Ana Paula Castro e as inspirações da natureza

A natureza é algo que nos encanta. É o nosso refúgio, a fonte de inspiração e reposição de energia. Com a correria do dia a dia, fica cada vez mais difícil estar em contato com ela. Porém, você pode inseri-la na vida cotidiana através de plantas ou até mesmo, por meio de obras de arte e objetos que simbolizam esse encontro com a nossa essência. “Acredito que o design pode contribuir para a mudança de mentalidade, principalmente no que diz respeito a prevenção do planeta . Toda criação deve ser voltada para o ser humano e o meio ambiente. Objetos de design devem trazer alternativas de uso a fazer as pessoas questionarem o consumismo e o descarte fácil. Deve enfatizar a preocupação com o uso de materiais recicláveis, a otimização de energia, adequação ergonômica e segurança. A base do design é forma e função, não podem ser vistos só como estética”, diz Ana Paula Castro, idealizadora da Oficina que leva o mesmo nome da designer. 

Com criações mais intuitivas, metafóricas e lúdicas,  o trabalho de Ana Paula segue uma rotina imposta por ela mesma. “Mas meu momento de criação pode vir em qualquer instante do meu cotidiano: uma viagem, uma conversa ou uma hora de lazer”, ressalta.

Considerando-se desde criança como curiosa e criativa, Ana Paula iniciou o trabalho de design gráfico por meio de um convite de uma revista de circulação nacional da Editora Abril, no qual há anos tem uma parceria. 

Em 1992, abriu seu ateliê, que era voltado para a restauração de imagens, folheações a ouro, pinturas murais e tromp l´oel. “Trabalhei por um ano na igreja do Rosário na Prainha, onde conheci e aprendi todas essas técnicas. No início o ateliê se chamava Oficina de Restauro, com o passar dos anos ampliamos nossa área de atuação, (mudamos o nome para Oficina de Ideias) agregando novas tecnologias, mas sem perder o foco no valor do trabalho manual”, explica.

Já como Oficina Ana Paula Castro,  ganhou diversos títulos como  Prêmio Brasileiro de Excelência Gráfica Fernando Pini, pelo Convite da Exposição Orquídeas, peça executada pela gráfica GSA, primeiro lugar na categoria Comercial, Organizer Red New 2012, feito pela Grafitusa,  além de outros. Entre os destaques de trabalhos realizados pela artista estão os convites internacionais para desenvolver peças na Europa e Estados Unidos. “Fomos escolhidos para fazer o design do troféu da VI Conferência Europeia das Cidades Sustentáveis da França. Em outra unidade de criação trabalhamos as linhas assinadas. Já as peças decorativas feitas em uma tiragem limitada, hoje estão em 26 lojas espalhadas pelo País”, destaca.

Sobre a trajetória, Ana Paula destaca: “O caminho nunca é tão difícil quando se é honesto com seu real desejo e se tem coragem de ser quem você é. Foi um caminho de muito trabalho, muita persistência, poucos finais de semanas livre, raras férias, mas de muita conquista, muito aprendizado e principalmente muitas alegrias”, diz e finaliza com a frase de Robert Collier: “Sucesso é a soma de pequenos esforços repetidos dia a dia sim e no outro dia também”.  


segunda-feira, 20 de maio de 2013

Ana Beatriz e o toque refinado das miniaturas


Renovar as energias do ambiente é muitas vezes o desejo de quem faz aquela reforma em casa. Apenas um pequeno detalhe, como um belo objeto, pode fazer toda a diferença. 

Com linhas temáticas voltadas para decoração, a marca Ana Beatriz Miniaturas desenvolve um trabalho voltado para os pequenos detalhes. Linhas como profissões, artes, caixas de poesia, bar e café, entre outras,  mostram a criatividade oferecida pela marca. "Todas as peças são confeccionadas no meu ateliê - com exceção de algumas peças em resina que compro de uma fábrica de São Paulo quando faço ambientes de bar ou café", explica Rita de Cássia Baduy Pires, idealizadora da marca. 

Formada em Psicologia, Artes Visuais e Pós Graduação em Museologia, Rita começou com artesanato em 1989 e especializou-se em miniaturização de ambientes. Antes da criação da marca, a artista trabalhava como psicologa  na área de recursos humanos. "Casei fui morar em Manaus, trabalhando também nessa área no INPA. Quando nasceram minhas filhas - Ana Luiza e Beatriz - em 85 e 87 respectivamente, desisti de trabalhar fora e comecei a fazer artesanato, especificamente bordados - tradição passada por uma tia bordadeira profissional no interior do Paraná. Daí parti para criar bordados e colocá-los em molduras: Ponto cruz e bordado à máquina", ressalta.

Em 1989, Rita começou a trabalhar aos domingos na feira de artesanato do largo da Ordem, em Curitiba, local onde vive.  "Nos bordados comecei a acrescentar pequenos detalhes como flores secas, pequenas porcelanas e outras miniaturas compradas de artesãos locais. Começou estão os ambientes em miniaturas com o fundo bordado em ponto cruz e algumas peças em miniatura ainda compradas. Como as ideias começaram a aparecer e o material ficar escasso, passei a confeccionar eu mesma as miniaturas. Mas sem escala, sem muito requinte", diz.

Já em 1994 a artista viu em uma revista uma miniaturista paulistana - Regina Nachtigal, hoje grande amiga de Rita - que dava aulas de miniatura. Marcou uma aula em um final de semana e os horizontes se abriram. "Reformulei todo o meu trabalho introduzindo uma escala. Fui fazer aulas de cerâmica e prestei vestibular para o curso de Artes Plásticas e também a ser orientada pela ceramista e também miniaturista Mariliz Diaz, hoje também uma grande amiga.  A partir daí fui desenvolvendo e pesquisando. Acho que estou sempre tentando me aperfeiçoar e fugir do lugar comum em termos de miniatura. Não sei se consigo, mas o esforço é grande (risos)", evidencia.
  
Inspirações 

Na hora da criação, é preciso estar antenado em tudo: economia, cultura e tendências da moda - é importante estar ligado ao cenário da atualidade. "Não dá para dizer que a moda não influencia. Quando acho que estou tendo uma ideia inovadora, acabo vendo que as influências estão por toda parte. Mesmo que eu não tenha percebido conscientemente. A criação vem de várias fontes: às vezes um cliente me pede para fazer um ambiente que nunca havia pensado em fazer e daí vou pesquisar e acabo gostando do resultado. Outras vezes eu vejo um filme, quadro ou um cenário em revista e vem a inspiração de fazer algo parecido. Às vezes até erro e acabo criando alguma coisa diferente. Mas tenho, claro, uma linha de estilo que procuro manter, acho", revela.

Além das referências para a criação, é preciso pensar em diversos aspectos para garantir o conceito da marca. "Criar, não copiar... Confeccionar, partir da matéria bruta para elaborar as peças, atender rapidamente às eventuais reclamações de clientes que tiveram as peças danificadas ou com algum defeito... Busca sempre de maior qualidade e detalhamento. Por mais que cada peça tenha um padrão, nunca repito exatamente. Sempre há algo novo. Um livro com capa diferente, uma cor de parede, sempre algum detalhe que torna quase único", afirma.  

O processo de elaboração das peças é feito no ateliê  e são utilizados materiais como madeira, papel, cerâmica e pedaços pequenos de bijuterias. "Existem peças que têm muita saída. Então, sempre faço estoque dos móveis que vão em cada uma. Mas quando tenho que criar algo novo, faço vários modelos, várias tentativas de disposição do ambiente... Às vezes, crio o ambiente e faço as miniaturas de acordo com o que pensei. Mas, às vezes, é o contrário: pego peças prontas e distribuo até chegar em um ponto que me agrade", diz.

No mês de março a marca lançou alguns ambientes em caixas mais fundas e elaboradas. "Para o segundo semestre, ainda não deu tempo de pensar. Mas, na linha "artistas" estou sempre buscando um novo artista para homenagear. Esse ano fiz o Escher, Magritte e Rohtko", destaca.

Com a frase: "Deus está nos detalhes", de Mies Van Der Rohe, Rita define o que a marca representa para ela. Com tantos anos de estrada, houveram momentos muito especiais que marcaram a trajetória da artista. "Acho que o encontro com a Regina Nachtigal, foi muito marcante e o impulso para buscar mais e mais conhecimento. Outros momentos foram as exposições Espaços Curitibanos - Homenagem a antigos comércios, onde miniaturizei doze comércios antigos da cidade que ainda funcionavam e mantinham características originais e  Diálogos em Miniatura, que foram três exposições de uma só vez: Os comércios antigos, Caixas de poemas de poetas de lingua portuguesa e Brincando com a escala, onde coloco uma peça de tamanho natural e miniaturas que dialogam com essa peça. Dessa brincadeira com a escala, desenvolvi uma linha comercial que está no site", revela. 

Para a artista, as pessoas sentem prazer em decorar suas casas ou ambientes profissionais. "Estar em um ambiente agradável e gostoso de olhar é muito gratificante", diz e finaliza com  uma frase de Muriel Barbery: "Onde se encontra a beleza? Nas grandes coisas que, como as outras estão condenadas a morrer, ou nas pequenas que, sem nada pretender, sabem incrustrar no instante uma preciosa pedrinha de infinito?"





segunda-feira, 13 de maio de 2013

Paula Leoni traz peças com conceito clean



Com jóias voltadas para o dia a dia ou ocasiões especiais, a marca que leva o nome da artista Paula Bonfliglioli Fabbri Leoni, oferece um trabalho com visual simples. "Acho que o diferencial é o acabamento impecável que faço à mão! Os clientes costumam dizer que a peça passa emoção, que sentem que foi feito com amor", diz Paula idealizadora da marca.

O interesse pelo segmento de jóias surgiu ainda na adolescência, já que ela iniciou o curso de joalheira aos 17 anos. "Comecei garota. Não sabia da existência desse tipo de curso, conheci através de um namorado. Fomos a uma exposição de alunos de uma escola de joalheria (a cunhada dele fazia aula) e achei o máximo! Ganhei dele de presente de aniversário todo o material e então comecei a fazer o curso. O início foi na Oficina Escola de Joalheria, da Miriam Mirna Korolkovas. Depois passei para a Manufatura & Alquimia, escola do Bobby Stepanenko, onde fiquei vários anos fazendo muitos cursos, fui assistente do Bobby e me tornei professora na escola. Lá também fiz curso de desenho de jóias com a Claudia Petrella", explica e ainda destaca: "Fiz curso de titânio com o Carlos Salem, curso de casamento de metais novamente com a Miriam Mirna Korolkovas, trabalhei um tempo entre amigas no ateliê do Renato Camargo e depois montei o meu  próprio ateliê na minha casa."
Para estar junto da filha, que atualmente tem 15 anos, Paula decidiu desenvolver o trabalho em seu lar. "Comecei a colocar as jóias em lojas de museus e design, a participar da Craft Design e assim foi. Nesse meio tempo também fiz cursos de pintura em seda e pintei porcelana por algum tempo. Sempre fui ligada a esse lado artístico, acho que influência de uma tia que era professora de pintura em porcelana e quando eu era bem pequena, antes dos 10 anos de idade, já ficava pelo ateliê dela e adorava misturar as tintas para as alunas. Mas a minha mãe também sempre fez trabalhos manuais, enfim... Coisa de família! "

Na hora da criação, Paula busca inspiração em seu repertório. "Adoro círculos e realmente é muito difícil sair deles. Adoro a mistura da pérola que acho romântica com a prata fosca que acho bem moderna. Não acho que eu siga tendências de moda, me inspiro em formas que gosto, materiais que me identifico e faço uma peça atemporal, que as pessoas se identificam por empatia e não por moda. É uma peça para vida toda. Costumo dizer que a jóia escolhe o cliente e não o contrário", ressalta.

Os anéis, brincos, colares e pingentes oferecidos pela marca, são produzidos em ouro, prata, pérolas e diamantes. As peças tão envolventes representam para Paula o prazer de um trabalho bem feito e um prazer maior ainda quando vê as clientes usando suas peças. "Quando ouço elogios e quando sinto o quanto a pessoa ficou feliz por ter uma peça. As joias são como meus filhotes", afirma.

Com toda a experiência de trabalho, sempre há momentos únicos que marcam a vida dos artistas. "Acho que as amizades maravilhosas que fiz em função da joalheria, o carinho do mestre Bobby Stepanenko que me proporcionou a honra de ser sua assistente e com isso aprendi muito, os momentos super felizes e divertidos nas feiras... Quando falo que faço jóias, as pessoas falam: Nossa, que legal! Deve ser zen!rsrs... É tão difícil quanto qualquer outra profissão! A gente rala muito! Se machuca, a mão sangra, o trabalho é pesado e muitas vezes não dá para usar o anel que faço porque a minha mão esta quase sempre um horror! Mas ver uma peça pronta vale o esforço! Ela começou a partir de um grão de prata, de uma ideia", finaliza.